quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Estrella Cadente

“O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos (...)”
Marguerite Yourcenar

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Depois de muitaaa fila e muitaaa espera, consegui ontem assistir Meu nome não é Johnny numa sessão mais do que especial, que foi realizada com o apoio da Folha. Especial porque no fim do filme tivemos a oportunidade de discutir e fazer perguntas aos ilustres presentes: Mauro Lima (diretor), Mariza Leão (produtora e co-roteirista) e especialmente João Guilherme Estrella - o "Johnny" do título. A discussão foi mediada por Gilberto Dimenstein, jornalista e colunista da Folha.
O filme, baseado no livro homônimo de Guilherme Fiúza, conta a história real de como um garoto da classe média alta virou o maior traficante de drogas do Rio de Janeiro, sem ao menos uma vez ter pisado numa favela. João Guilherme Estrella era um garoto inteligente, simpático e popular, adorado pelos amigos e familiares, que frequentou os melhores colégios e tinha amigos entre as famílias mais influentes da sociedade carioca. Na juventude, tinha uma vida boêmia, frequentando e promovendo festas. Chegou a ser o rei do tráfico de drogas da zona sul carioca, contrabandeando seus artigos até para a europa. Procurado pela polícia, foi preso e teve seu rosto estampado nos jornais. A partir daí sua vida vira de pernas para o ar, uma vez que as badaladas festas que ele antes frequentava agora foram trocadas pelo banco de réus: e seu caso foi acompanhado pela juíza Marilena Soares, conhecida como uma das advogadas mais severas do Rio de Janeiro. No fim, depois de cumprida a pena de dois anos, João é condenado a tratamento numa clínica de recuperação, e consegue - com a ajuda da juíza - curar seu vício. Hoje, totalmente recuperado, e com a mesmíssima carisma e simpatia da juventude, João Estrella é produtor musical, cantor e compositor.

O filme, além de mostrar o caminho de um jovem para as drogas (e depois o caminho inverso), também aborda outras questões sociais: a crise da juventude, a precariedade do sistema de saúde e do sistema penitenciário, a corrupção da polícia, ...
Mas uma das partes que eu considero como mais importante foi a decisão da juíza Marilena Soares em relação a pena que João estaria submetido e a interpretação dela de todo o universo dos fatos, não analisando somente as infrações que ele cometeu, mas sim o verdadeiro cenário por trás disso. Seus momentos de reflexão e o julgamento final são emocionantes.

Aliás, a cena do julgamento final não foi ensaiada: Selton Mello simplesmente a interpretou através da sensação que teve quando João contou o que ocorreu naquele dia de verdade, como ele se lembrava e o que ele sentiu se pronunciar no tribunal.
E mais uma vez Selton Mello destaca-se como brilhante ator, em mais um filme que promete ser sucesso e que teve uma produção caríssima: as filmagens foram feitas no Rio, Barcelona e Veneza, gastando ao todo cerca de R$6.000.000,00.


Ah, e sim, TODAS as cenas realmente aconteceram, tem algumas que até parecem piadas, vocês verão, mas são todas reais.

Para finalizar, recomendo a todos que assistam a esse incrível filme, que foi realizado baseado numa incrível história real.

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3 comentários:

Savron disse...

ZÓZONILDO!

Poo, to muiiiito afim d ver esse filme! Cara, O Selton Mello arrasa cara, 1° e melhor de todos o auto da compadecida, dias atrás vi o Cheiro do Ralo, fiquei impressionado, agora esse, é como vc disse, novela é coisa pequena para ele...
abraço zó

Jader disse...

Essas sessões com a presença dos realizadores são muito boas.

Lembro que quando assisti Madame Satã, na Mostra de São Paulo, a sessão contou com a presença de Lázaro Ramos.

Que bom que gostou do filme. Fica como sugestão!

Abraços!

Sobre opiniões disse...

EI Bibo....
adorei saber q vc teve essa chance.. deve ter sido mto bom......
Ai, qro assistir... Mas sem comentarios deve ter sido a atuacao de Selton melo
pra mim, o melhor ator destes tempos...
ele é mto mais q bom.... sério mesmo!
bjus
saudades